Revista Virtual de Artes, com ênfase na pintura do século XIX

Apolinaire

Guillaume Apollinaire
 Wilhelm Albert Vladimir Apollinaris de Kostrowitzky
 (26 de agosto de 1880, Roma –
 9 de novembro de 1918, Paris)
 
Nasceu em Roma, Itália. Mas seria em Paris, França, que faria carreira como grande poeta e agitador cultural. Escreveu artigos, poemas, contos, romances eróticos e interessava-se bastante por pintura moderna. Em 1905 escreveu o artigo Picasso, Pintor. Em 1912 escreveu o catálago para a mostra de Delauney e em 1918 faria o mesmo para a mosta Picasso-Matisse. Engajou-se no Exército francês durante a 1ª Guerra mundial, sairia com um ferimento na têmpora direita, recuperando-se após duas cirurgias. Tornou-se um dos expoentes da vanguarda artística do início do século XX, defendeu e empresariou os pintores cubistas. Morreu em 1918, de gripe infecciosa em Paris. 
Fonte: (tanto)

 
"É pela quantidade de trabalho fornecida pelo artista que medimos o valor de uma obra de arte."
 
"Incerteza, oh, que deleite / Vós e eu nos vamos / Como se vão os caranguejos, / para trás, para trás."
 
"Vamos passando, passando, pois tudo passa / Muitas vezes me voltarei / As lembranças são trompetas de caça / Cujo som morre no vento."

 
A Serpente
 
Da beleza és inimiga
Tua crueza castiga
A mulher que for amiga
Cleópatra, Eva, Eurídice
E mais uma que eu não disse.
 
AS CARPAS
Carpas, viveis tão longa vida 
nesses viveiros de água fria! 
Será que a morte vos olvida, 
ó peixes da melancolia?
  
(trad. Raymundo Magalhães Jr.)

 
LAÇOS
Cordas feitas de gritos
Sons de sinos através da Europa
Séculos enforcados
Carris que amarrais nações
Não somos mais que dois ou três homens
Livres de todas as peias
Vamos dar-nos as mãos
Violenta chuva que penteia os fumos
Cordas
Cordas tecidas
Cabos submarinos
Torres de Babel transformadas em pontes
Aranhas-Pontífices
Todos os apaixonados que um só laço enlaçou
Outros laços mais firmes
Brancas estrias de luz
Cordas e Concórdia
Escrevo apenas para vos celebrar
Ó sentido ó sentidos caros
Inimigos do recordar
Inimigos do desejar
Inimigos da saudade
Inimigos das lágrimas
Inimigos de tudo o que eu amo ainda
                                                          
(Tradução de Jorge de Sena)

 

Deixe um comentário